sábado, 21 de agosto de 2010

O meu primeiro amor.

Quando se é criança, vivemos inevitavelmente a ilusão do nosso primeiro grande amor.
A paixão toca-nos pela primeira vez e descobre-se o que se pensa ser o amor da nossa vida. Algo que se repete com sentimentos contraditórios durante o desenvolver da nossa personalidade e carácter. Um misto de dor e prazer.
Nessa fase em que o amor nos toca pela primeira vez e nos conquista o coração, marca-nos definitivamente para o resto da vida. O coração acelera sempre que o pensamento volta ao passado e o coração fica apertado ao pensar como seria se…. Há sempre um se…!
Mas o Mundo é redondo e todos nos voltamos a reencontrar. Sendo que essa possibilidade se torna mais real quando se vive num pais tão pequeno como o nosso. Sendo que essa possibilidade também se torna mais real quando não se perde a totalidade do contacto, embora cada um siga a sua vida e mantenha um carinho difícil de explicar.
Passam-se anos e nem se sabe bem como, e recebe-se uma chamada inesperada com um convite para um café!
O que era a paixão adormecida dentro de nós, reacende a chama inesperada e a simplicidade de um café, torna-se no mais explosivo sentimento alguma vez sentido. Onde se sente a estúpida coragem de voltar costas a tudo o que conhecemos até aquele orgasmico momento em que nos beijam novamente!
Renasce-se!
Mas como todos os sonhos vividos, algum tempo depois vemos que afinal a realidade instala-se e a pessoa que um dia amamos, também cresceu e tornou-se adulta, tal como nós.
Ganhamos a estranha consciência que afinal quem amamos foi a criança que existiu e não o actual adulto, cheio de segredos e amores mal resolvidos. Onde o seu corpo ainda é partilhado com esta e aquela pessoa, por não saber a quem pertence.
Há pessoas que devem manter-se no nosso passado. Pertencer ao passado significa isso mesmo. Não devem fazer parte do nosso presente. Por vezes é preferível manter a imagem de um amor doce e inocente, do que trazer o passado para o nosso presente e atormentar todo o nosso futuro, pensando que foi mais um erro cometido.

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