segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tenho saudades de mim!

Por vezes confunde-se o bem-estar com o estar bem.
Confunde-se a felicidade com pequenas alegrias.
Confundimos ansiedade com um desespero escondido.
Forçamos um sorriso onde devia de existir uma lágrima.

Abraçamos uma almofada ao dormir,
Mas somente queríamos ser abraçados ao deitar.
Abrimos os olhos ao amanhecer,
Mas há dias que queríamos que o sol não nascesse.

Olhamos para o vazio de uma casa
E pensamos como seria se fosse diferente.
Uma casa repleta de sons e odores
Mas no fundo, felizes por estarmos em silencio.

Olhamos para o espelho e pensamos que não somos quem vemos
Aquele corpo não nos pertence.
Não reconhecemos as formas que nos cobrem.
Aquilo que vejo não sou eu!

Eu sou como me vejo
Sempre que fecho os olhos.
O corpo que sinto existir debaixo deste manto que cobre o meu
Apenas reconheço alguns traços do meu rosto.

Tenho medo de desaparecer dentro de mim mesma
Perder o poder de quem eu sou
Deixar de ser a mulher que sempre fui
E cada vez a sinto mais distante.

Não deixes perder-me dentro de quem estou a transformar-me
Porque não gosto daquilo que sou actualmente.
Tenho saudades de mim
Tenho saudades do meu sorriso e da força do meu viver.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A Amizade

A minha inspiração não acabou, mas sem duvida que o pequeno texto que se segue explica na perfeição sentimentos que nem sempre soube expor!

“Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.(...) Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.Deles não quero resposta, quero o meu avesso.(...) Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.(...) Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice.Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto: e velhos, para que nunca tenham pressa.Tenho amigos para saber quem eu sou.Pois os vendo, loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que “normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril."
Oscar Wilde